quinta-feira, 19 de agosto de 2010
Tempo como este...
A janela com cortinas bem fechadas para que nenhum feixe de fóton entre e atrapalhe meu sofrer.
E mesmo se entrar nada irá mudar meu sentimento a respeito desta minha vida.
Sei que a alegria é uma bênção e dádiva de Deus,porém não consigo sentir nada além de tristeza e dor.
Hoje acordei com uma frase que certa vez ouvi de um andarilho amigo:"Não deixe o dia dia passar em branco. Se a terra é marrom,a grama é verde,o céu é azul..."Fred Roberty.
Se a ouvisse em outro dia talvez eu sentisse vontade de viver as cores deste mundo.
Mantenho-me na escuridão para não enxergar a falsa alegria alheia.
Apenas me enoja ver tanto abraço efusivo,tanta gargalhada sádica,amor juvenil.
Ouço pequenos fetos pintados dizer que ama até a morte,ou que encontraram o amor de sua vida,sua vida de 16..18 primaveras.
Sabendo que isto é passagem,destino de malas prontas.
O amor é momento,ruim ou bom ele passa e voa tão rápido que ao partir voo faz uma cratera em seu coração.
Amor amargo.
Hoje acordei a pensar deste modo.
As pessoas magoam e não sentem.
Não acredito mais nelas,em nenhuma delas,pois nem elas mesmos acreditam.
Cansei de sentir pena e tentar ajudá-las,pois o que elas retribuem? Nada.
Nem um simples e pobre obrigado!
Sei que Deus há de me recompensar por tudo o que algum dia eu fiz.
Espero que venha logo,pois estou cansada de me enterrar em lodo de agonia.
Minha voz some a cada dia,meus sentimentos viram presságios.
Não tenho em quem confiar.
Não tenho a quem amar.
Ninguém interessante suficiente,todos vazios e ao mesmo tempo cheios de si.
Almas envelhecidas esfarelando em esquecimento e podridão.
Pensam apenas em prazer momentâneo,tanto homem quanto mulher.
As doces mulheres de Atenas,mulheres de respeito e admiração,agora não passam de rota de ratos no limbo da escória humana.
Preocupam-se somente com a futilidade mundana,em mostrar-se semi-nuas,soltar suas gargalhadas profanas.
No fundo estão mortas em carne e espírito!
Os homens ainda concordam com tal desonra.Acham graça,gozam de rir.
A vida não passa de uma traição.
Todos os namoros que eu conheço existe uma traição.
Os casais se lambuzam em mentira carniceira.
Não sei o que é melhor,ficar sozinho colecionando prostitutas doentes ou namorar encarniçando em bocas sujas que revelam mentiras.
" A cena deste mundo está mudando! "
O amor não passará de orgia global.
Pessoas que ainda tem caráter e auto-respeito,fujam!
Para bem longe onde esta epidemia mortífera não afete e transforme em tolos zumbis esperando sua cova ficar pronta para o sono da eternidade.
Ou então faça como eu,se esconda na mais profunda escuridão de seu quarto e ore para o nosso Senhor acabar logo com essa babilônia.
Em tempos como este até o sol peca!
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
VOZ
Quando ouço sua voz a vibração serpenteia meus pés.
Dança nos pêlos do meu corpo.
Entra epiderme à dentro se faz vida em minhas células,ativa meus melanócitos e produz melanina.
Quando ouço sua voz,a sua energia brinca no meu corpo,pulsa minhas pálpebras,movimenta meus cílios.
Equilibra minhas pupilas.
Avermelha meu lábio.
O sangue parece querer sair todo pela boca.
A pele fica macia,sinto-a domada.
A vibração entra e sai do meu umbigo,penetra nos ossos causando arrepios.
Vai girando pela espinha,entrelaça músculos e beija minha nuca.
Entra na glândula sudorípara e faz chover.
O suor escorre pelo corpo,passa pelos lugares de loucura e apaga o fogo que foi ouvir sua voz.
Dança nos pêlos do meu corpo.
Entra epiderme à dentro se faz vida em minhas células,ativa meus melanócitos e produz melanina.
Quando ouço sua voz,a sua energia brinca no meu corpo,pulsa minhas pálpebras,movimenta meus cílios.
Equilibra minhas pupilas.
Avermelha meu lábio.
O sangue parece querer sair todo pela boca.
A pele fica macia,sinto-a domada.
A vibração entra e sai do meu umbigo,penetra nos ossos causando arrepios.
Vai girando pela espinha,entrelaça músculos e beija minha nuca.
Entra na glândula sudorípara e faz chover.
O suor escorre pelo corpo,passa pelos lugares de loucura e apaga o fogo que foi ouvir sua voz.
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
A história de um tijolo.
Frios e duros dedos não mais guardam o poder da palavra.
A palavra quis embora juntamente com essa vida amarga e vazia,querendo escurecer no Seol que é para onde iremos quando tudo isso se esgotar.
Nada mais tem importância,aquela esperança de tudo se ajeitar pode esquecer.
Meus sonhos que tão lindos lhe acompanhavam esmoreceu diante destes tijolos enquadrados que você construiu para nos separar.Tu construíste o mais alto muro e não quis me assemelhar em tuas veredas.
De tão alto que é teu muro que tampaste meu sol e por aqui anda tudo muito frio.
Nem deixaste uma brecha para atravessar um fio de luz,somente tijolos frios de arrogância e desprezo.
Aqui de baixo se ouve as festas que costumas dar ao entardecer e também avisto suas novas mulheres a lhe envaidecer,sujas prostitutas que lhe agradam e lhe apodrece cada vez mais.
Secam-te a alma sugam teu espírito que de tão jovem e bonito despedaça em brumas negras de maldade e ganância,mediocridade e luxúria.
Há vezes que os gritos são tão altos que estremece a terra,caem pedaços de teus tijolos em minha cabeça e com estes tijolos escrevo rabiscado nestas paredes úmidas esverdeadas meus lamentos de solidão.
Sou tua prisioneira por acaso,pois quando estavas a construir teu grandioso palácio de muralha nem percebeu que ali do lado de fora estava eu a lhe ajudar na construção.
Passava-te os tijolos,cortava-os e lapidava para que iluminados eles sempre ficassem.
O muro já estava bem alto quando cansada sentei para descansar você cantava alto de alegria melodioso.
Quando nem se deu conta de que estava eu do outro lado a clamar.
Gritei,murmurei e implorei para que me ouviste.
Rasguei meus dedos ao tentar escalar até tua janela.
Tinha a esperança que você pudesse olhar de sua janela pra baixo assim me avistaria e tentaria ajudar.
De dia o sol reflete nos tijolos que amorosamente lapidei fazem que brilhem tão forte que você não vê nada além de brilho intenso.
A noite é ainda pior a escuridão toma conta de todo espaço e as festas nem fazem você querer olhar para baixo.
Aqui está muito frio,sinto minha pele encolher cada dia mais,não tem comida porém nem sinto fome a dor é tanta que esqueço que existo.
Penso ser uma vida trancada num abismo,sem sonhos,sem promessas e sem amor.Aliás o que é mesmo o amor?
Aqui onde existo não existe nenhuma forma de tempo,espaço.
As lembranças que tenho ficam vagas no vazio da escuridão.
Fico tão próxima ao musgo e tijolo que estou começando a me tornar parte deles,minha pele se transforma em areia,mistura de calcário,argila,terra,musgo.
Começo a esquecer,meus pensamentos padecem,aqui não há mais mulher,poesia,amor,dor,lembrança e história,não há nada mais do que tijolos de uma construção abandonada.
A palavra quis embora juntamente com essa vida amarga e vazia,querendo escurecer no Seol que é para onde iremos quando tudo isso se esgotar.
Nada mais tem importância,aquela esperança de tudo se ajeitar pode esquecer.
Meus sonhos que tão lindos lhe acompanhavam esmoreceu diante destes tijolos enquadrados que você construiu para nos separar.Tu construíste o mais alto muro e não quis me assemelhar em tuas veredas.
De tão alto que é teu muro que tampaste meu sol e por aqui anda tudo muito frio.
Nem deixaste uma brecha para atravessar um fio de luz,somente tijolos frios de arrogância e desprezo.
Aqui de baixo se ouve as festas que costumas dar ao entardecer e também avisto suas novas mulheres a lhe envaidecer,sujas prostitutas que lhe agradam e lhe apodrece cada vez mais.
Secam-te a alma sugam teu espírito que de tão jovem e bonito despedaça em brumas negras de maldade e ganância,mediocridade e luxúria.
Há vezes que os gritos são tão altos que estremece a terra,caem pedaços de teus tijolos em minha cabeça e com estes tijolos escrevo rabiscado nestas paredes úmidas esverdeadas meus lamentos de solidão.
Sou tua prisioneira por acaso,pois quando estavas a construir teu grandioso palácio de muralha nem percebeu que ali do lado de fora estava eu a lhe ajudar na construção.
Passava-te os tijolos,cortava-os e lapidava para que iluminados eles sempre ficassem.
O muro já estava bem alto quando cansada sentei para descansar você cantava alto de alegria melodioso.
Quando nem se deu conta de que estava eu do outro lado a clamar.
Gritei,murmurei e implorei para que me ouviste.
Rasguei meus dedos ao tentar escalar até tua janela.
Tinha a esperança que você pudesse olhar de sua janela pra baixo assim me avistaria e tentaria ajudar.
De dia o sol reflete nos tijolos que amorosamente lapidei fazem que brilhem tão forte que você não vê nada além de brilho intenso.
A noite é ainda pior a escuridão toma conta de todo espaço e as festas nem fazem você querer olhar para baixo.
Aqui está muito frio,sinto minha pele encolher cada dia mais,não tem comida porém nem sinto fome a dor é tanta que esqueço que existo.
Penso ser uma vida trancada num abismo,sem sonhos,sem promessas e sem amor.Aliás o que é mesmo o amor?
Aqui onde existo não existe nenhuma forma de tempo,espaço.
As lembranças que tenho ficam vagas no vazio da escuridão.
Fico tão próxima ao musgo e tijolo que estou começando a me tornar parte deles,minha pele se transforma em areia,mistura de calcário,argila,terra,musgo.
Começo a esquecer,meus pensamentos padecem,aqui não há mais mulher,poesia,amor,dor,lembrança e história,não há nada mais do que tijolos de uma construção abandonada.
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