sexta-feira, 27 de maio de 2011

Genérico

Andar e andar
nessas esquinas vazias de si
Sinto falta de algo novo
Inusitadas palavras que saiam soltas e livres da língua
 
Sem precisar fazer impressionar
Livre.
 
Poesia livre,amor livre.
 
Amar sem ter que registrar os passos andados
Sem endereço e sem espaço
Sem teto e parede a cercar
 
 
Amar sem o medo de amanhã
E sem ter amanhã
 
Amar agora.
 
Quero não precisar saber amar.
Saber falar
 
Como um rio escorrendo puro sobre as pedras de musgo
 
Sem precisar entender seus pensamentos
 
Ser o rio na juventude eterna
 
Que as palavras cresçam verdes e brotem flores coloridas somente com a força do pensamento
E sejam espontâneas e verdadeiras
E não ser chamada de genérico estas tão boas palavras que comigo carrego.
 

domingo, 8 de maio de 2011

Nascente

Ele dança com o ritmo que lhe é proposto.
Os braços dele se movimentam formando arcos de energia por onde passa.
Ele sorri exibi-se ao meu olhar,toma posse da minha euforia, transgride-se na situação.

Com ele eu canto no mais perfeito tom,na mais perfeita voz.
Nossas risadas são uma só.
Sem ter de chamar de romanceio de inconfidência,e sem ter culpa de ser quem eu sou.

Aquela desdita foi embora,acho que nunca existiu.Apenas coloquei-a no lugar de pessoas ausentes.
Sinto-me acima de desventura,ele me levou ao palco de um planeta onde eu posso ser quem eu quero.

Não mais caminho à liça,pois com ele não há discórdia,nem firula muito menos sangue iluminados de desculpas.

Com ele caminho em flores de organdi,muitas vezes em silêncio ardoroso,lúbrico de desejos.
Libidinoso por si só.

Com tantas chuvas que apanhei,engasgando na poalha da existência,sem ele vendia sonhos a varejo!
Com ele meus sonhos fosforescem